CE THALES RIBEIRO GONÇALVES ADERE AO TEATRO
GRUPO TEATRAL EAVA FÊNIX & CE THALES RIBEIRO GONÇALVES – UMA PARCERIA DE SUCESSO.
A professora Erika A. V. de Almeida que ministra as aulas de Língua Portuguesa, Literatura e Redação para os terceiros médios A, B e C do CE Thales Ribeiro Gonçalves realizou no sábado dia 15/05/2010 o projeto “Leitura, Literatura e Artes Cênicas.JUSTIFICATIVA DO PROJETO
TRECHO DA MONOGRAFIA DE ESPECIALIZAÇÃO DA PROF. ERIKA A. V. DE ALMEIDA:
Os nossos alunos não lêem e não gostam de ler. Devemos culpá-los por isso? Claro que não. Isso é um hábito que tem que ser cultivado.
Sandra Kezen (2004), afirma que para a leitura ter sucesso na escola, essa iniciativa deve partir do educador. Ela ainda cita que:
« Os professores devem investir na funcionalidade da leitura. Ainda mais quando o aluno provém de classes menos favorecidas economicamente e não tem acesso fácil ou nenhum a livros
ou a textos escritos, nosso papel é oferecer a maior diversidade possível de textos : quadrinhos, revistas, jornais, anúncios, bilhetes, cartas, rótulos, bulas, cartazes, avisos, classificados contos, charges, etc. Com isso, estaremos facilitando o acesso desse aluno ao mundo da leitura. O hábito da leitura dispensa a sistematização do ensino de regras gramaticais e faz o aluno depreendê-las do contexto de maneira mais agradável. Penso que devemos também fazer um estudo da língua como um todo, e não fragmentar a língua em gramática, literatura e redação. E contudo, o envolvimento do professor é a base desse processo :com isso, certamente os resultados serão melhores (...). « A professora Joseane Maia(2005, p. 3) em seu artigo denominado “Leitura:Teoria e Prática” feito
para o Curso de Especialização em Língua Portuguesa (UEMA/CESC)– 2004/2005 tem opinião igual a de Kezen no que se refere ao sucesso da leitura na escola partir do educador : (...) pode ter aquela certeza de que, uma vez sendo professor, é necessário urgente tomar uma decisão: preciso ser leitor, preciso ser leitor, preciso ser leitor... Mas isso é muito difícil, pensamos nós. Razões para não romper o status quo existem. A falta de tempo, para citar apenas uma, é incontestável.
Ela vai mais adiant
e : Creio ser possível (...) para vencermos o desafio de formar leitores é necessário muito mais do que dizer para os nossos alunos:leiam gente, é preciso ler, leiam para passar no vestibular, leitura é importante. O ouro está conosco, professores, que diariamente interagimos com milhões de crianças e jovens por um tempo considerável o suficiente para deixarmos um legado da maior importância para o resto de suas vidas: o amor pelos livros.
Concordando com Kezen e com Maia, os professores são a base des
se ensino revolucionário e depende dele um bom trabalho com leitura. Mas, antes, o professor deve ser leitor. O primeiro passo que o educador deve tomar é entender que as aulas de língua portuguesa devem ser mais abrangentes que o simples repasse de conteúdos gramaticais.É a leitura que transforma o aluno, preenche-o de ideais, traz sentimentos, traz conhecimentos e, por que não, o léxico em si.
Mas será que a falta de uma prática voltada para o trabalho de leitura, substituíndo o repasse excessivo de regras gramáticais, é culpa somente do professor ? Até que ponto os alunos estão prontos para interagir a uma prática nova, onde a leitura é o carro-c
hefe dessa aprendizagem ? O segundo levantamento que iremos fazer é : por que nossos alunos não gostam de ler ? Reclama-se sempre que a criança e o jovem não lêem e não gostam de ler. Afirmações peremptórias como essas, gratuitas e, no mais das vezes, mal discutidas transformam-se em preconceito cristalizado que vai penetrando acriticamente em pessoas e grupos, acabando por se transformar em dogma. E uma vez o dogma absorvido, muito mais difícil se torna reverter situações indesejadas. (VALÉRIO, 2004, p. 3)
A criança, o jovem que estuda

- e também o adulto - , todos gostam de ler e lêem razoavelmente. Mas, salvo exceções, não suportam ler na escola, já que os textos que lhes são propostos quase nunca despertam, mesmo sendo textos considerados clássicos, o necessário prazer que deve presidir toda a atividade do leitor. Lêem mais por exigência de uma avaliação, muitas vezes, draconiana; lêem para poderem responder às questões pouco interessantes e unidirecionais dos livros didáticos e cujas respostas são exigidas e avaliadas pelo professor. Quase nunca a leitura vem ligada à satisfação. Quase nunca a leitura corre em um espaço socializado e aberto. (OLIVEIRA, 2003).
Nossos alunos do ginásio, do colégio e até das universidades não sabem ler, não entendem o que lêem e têm um vocabulário muito estreito(...)
(PONGETTI, Jornal O Estado de São Paulo)

Utilizam-se esses três pensamentos que estão expostos no site acima citado e no jornal O Estad
o de São Paulo, 22 de outubro de 1972, para iniciar essa inquietação que toma conta dos professores desde há muito tempo.Apesar de vários esforços, nossos alunos sempre têm aquele “horror” a ler ou, como foi dito acima, “não suportam ler na escola”. O que dirá escrever em sala de aula ou em casa. O que estamos fazendo de errado? Como Pinho (2004) afirma, estamos deixando de percorrer o trilho Estimulo – Motivação. E nesse ato falho deixamos de fazer nossos alunos c
ompreenderem as “funções da leitura” ou seja, o “por que ele deve ler”, que objetivos ele irá alcançar com a atividade de leitura que propomos. Fora isso é necessário que o professor esteja, como nossos adolescentes mesmo dizem, “antenado” com o que eles gostam.Volta-se a endossar o que Maia(2005, p. 3) afirmou: “o professor precisar ser leitor para formar leitores”, mas levar par
a sala de aula leituras que são prazerosas somente para os professores é o primeiro erro cometido. O mundo desses adolescentes é pautado em conecções na Internet, nos games, nos filmes de ação. Levar Machado de Assis para um aluno do ensino fundamental ou do médio é totalmente enfadonho. Necessário, mas enfadonho. Um escritor do século passado não é nem um pouco atraente para quem assiste “Matrix, Van Helsing, X-Men, Hulk, Velozes e Furiosos (...)” ou escuta o som da moda com “Link Park, Evanescence, Gun´s in roses, Bon Jovi, Hori, J Quest, Skank etc.”. Até os desenhos ani
mados mudaram. Tom e Jerry, Pica-pau já não tem atração nem mesmo para as crianças. Coloque uma criança diante da TV com um controle na mão e poderá comprovar o que é afirmado aqui. Os desenhos escolhidos são: X-Men Evolution, Naruto, Blue Dragon,Dragon Ball-Z, Liga da Justiça e além desses, ainda temos o Playstation. Até mesmo os antigos programas com apresentadoras infantis não fazem mais s
ucesso. Sabemos que é preciso também inserir a cultura clássica dos grandes romances, da MPB, mas iniciar sua prática de ensino com o que nossos alunos julgam obsoleto é “bater num Firewall potente” .Como a professora Erika A. V. de Almeida já trabalha com TEATRO e ministra a disciplina de ARTES CÊNICAS NO CEFA, ela resolveu levar aos alunos uma proposta diferente de leitura, trazendo, ao mundo dos estudantes, os grandes clássicos, e melhor, de uma forma que eles gostam: Através da DRAMATIZAÇÃO e da MÚSICA. COMO FUNCIONOU O PROJETO?
O projeto consistia
no seguinte:1. Os Terceiros Médios A, B e C deveriam ler grandes clássicos literários, tanto da literatura brasileira e portuguesa que não foram lidos no ano passado. Amor de Perdição, Iracema, O Guarani, Senhora, Memórias Póstumas de Brás Cubas, Dom Casmurro, Quincas Borba, O Primo Basílio, O Cortiço, Casa de Pensão, Os Sertões, O triste fim de Policarpo Quaresma, Sítio do Pica-Pau Amarelo e Macunaíma;2. Nesse projeto, cada grupo deveria ler a obra que fora escolhida para sua equipe, resumir , selecionar dois capítulos para dramatizar e escolher uma trilha sonora para os protagonista
s;3. “É a melhor forma de incentivar a leitura dos alunos.” – Diz Erika A. V. de Almeida, e completa – “Imagine hoje, com a internet, Playstation, Filmes, a era Crepúsculo e Harry Potter o aluno ter vontade de ler um romance que não se encaixa com sua realidade, o vocabulário é incompatível e muitos outros fatores. Para realizar esse projeto só trabalhando como dramatização. Eles gostam. Ainda teve um incentivo a mais: os melhores atores teriam vaga garantida no EAVA FÊNIX. Aí foi uma festa. Fora isso o professor Nerval valoriza esse tipo de trabalho que realizo desde o ano passado. O sucesso disso são vários alunos com nota máxima em português no
s vestibulares. O maior exemplo é Danilson Almeida, cuja maior pontuação foi na minha matéria, tendo quase a pontuação máxima em redação. Ao chegar em Caxias Danilson fez questão de me procurar, agradecer e dizer que fui peça importante para a conquista dele. Fiquei “besta” e muito orgulhosa. É bom ter esse reconhecimento que só vem com o sucesso de nossos educandos.”Foi uma festa! As trilhas sonoras variaram de músicas clássicas ao calipso. Os alunos adoram música e teatro.Muitos fizeram adaptações das obras, o que é válido. Além de leitura, dramatização, eles trabalham a produção textual.

O DIRETOR E O APOIO AO PROJETO

O professor Nerval Bento, diretor do CE THALES RIBEIRO GONÇALVES desde o ano passado apóia os projetos da Professora Erika A. V. de Almeida (já dito anterioormente). Como um homem visionário, ele sabe que a educação mudou, os valores dos adolescentes também, então o estilo de ensinar também deve mudar. Deve-se aliar o tradicional com o inovador.As aulas de gramática são necessárias, mas, como afirmado anteriormente,
é a leitura que completa e amplia o conhecimento. Deve-se dosá-las em sala de aula.“O professor Nerval preza pela qualidade do ensino no CE Thales Ribeiro Gonçalves, tudo que pode acrescentar para a melhoria do aprendizado dos alunos ele apóia. Muitos o conhecem como um homem exigente. Exigente sim, mas não é um bicho como muitos pregam. Ele também apóia àqueles que ele vê que estão motivados a dar o melhor de si na tarefa de ed
ucar.” – Diz Erika A. V. de Almeida.
As fotos falam por si. Elas mostram a dedicação e a satisfação deles em reali
zar esse projeto.