quarta-feira, 2 de maio de 2012

MÓDULO II
DIREÇÃO DE TEATRO, DIREÇÃO DE ATOR, DIREÇÃO DE CENA
Texto: Régis Costa de Oliveira

DIREÇÃO DE TEATRO
A figura do diretor de teatro, administrador ou artista encenador, contribui grandemente não só para a gestão, mas também para a estética dos espetáculos.

O diretor está ali para lembrar que a administração é parte integrante da criação: não apenas em relação ao orçamento de funcionamento, mas ainda quanto à programação; o diretor tenderá naturamente a propor assinaturas que assegurem uma temporada tranquila; recomendará exigências para peças ou estilos já comprovados; só assumirá compromisso com coproduções rentáveis - são vários os imperativos econômicos que se imporão às jovens companhias ou aos encenadores. Dessa forma, a política cultural não mais garante a sobrevivência à arte, mesmo que mediana.


DIREÇÃO DE ATOR (OU ELENCO)
A direção de ator (elenco) é a maneira pela qual o encenador guia aconselha seus atores, desde os primeiros ensaios até os ajustes feitos durante a apresentação pública do espetáculo.(Direção de Ator ou Elenco: Erika AV de Almeida dirigindo a atriz Elisabeth Pereira)

Esta noção, por sua vez tênue e indispensável, diz respeito à relação individual, tanto pessoal quanto artística, que se estabelece entre o mestre de obra e seus intérpretes: relação pessoal muitas vezes ambígua, que só acontece no teatro ocidental, sobretudo realista e psicológico, em que o ator procura a identidade de sua personagem a partir de si próprio, como um "trabalho do ator sobre si mesmo". Para se compreender o fundamento desta noção e sua importância na encenação, é preciso abster-se de reduzi-la a uma relação psicológica e anedótica afim de se tentar apreender seu método e propor uma teoria geral dela.(Direção de Ator: Erika AV de Almeida dirige o ator Roberto D'Ávilla no ensaio do espetáculo "A Paixão de Cristo")

O diretor que trabalha seus atores em um grupo fixo tem, ao longo do tempo de suas montagens, um elenco que já o oferece subsídios que facilitam seu trabalho, ao contrário de diretores que recebem atores somente para aquele espetáculo X; este encontra-se em situações difíceis especialmente em se tratando de falta de tempo para tentar limpar de seus atores vícios adquiridos através de outros trabalhos.No decorrer da montagem, o encenador testa sua distribuição de papéis, verifica as aptidões de seus atores, inventa exercícios básicos que os introduzem, sem que perceba, na obra a ser representada.Erika AV de Almeida (direção de ator) fazendo colocações para a distribuição de papéis.
O encenador organiza longas jornadas de leituras, explica as opções de interpretações, prepara a dicção do texto, faz reflexões sobre as motivações dos personagens para buscar maneiras pessoais de cada um se comportar ("o que eu faria se...").Às vezes, ao contrário, o diretor propõe uma neutralidade vocal e entonativa da leitura, para não fechar a compreensão do texto.
O diretor de ator (elenco) decidirá se, até mesmo, faz trabalho que são pontas de ensaios: "sem exposição preliminar, o pensamento deve desenvolver-se pelo exame da escolha entre tal gesto ou aquele outro, escolha às vezes dramática, objeto de comentário por meio de uma conversa perpétua no palco".
(Direção de Ator: Erika AV de Almeida dirigindo o ator Júlio Tinôco)
Os conselhos do diretor quanto à construção dos personagens são necessários ao ator para ele poder "entrar" na personagem, para apreender as motivações, para utilizar as características de sua persona "exterior e interior" e para sugerir a construção do papel. Tarefa imensa que, felizmente, se subdivide em tarefas parciais:
a. ater-se ao objetivo de uma cena ou da peça;
b. encontrar um "à vontade" vocal, gestual e comportamental;

c. regular a distância ou a proximidade da personagem;

d. cuidar da legibilidade e da beleza da gestualidade;

e. decidir o ritmo exterior das ações físicas visíveis e o ritmo interior vinculado ao subtexto;

f. ajudar o ator a encontrar sua partitura e
a subpartitura que a carrega etc.
O diretor deve apoiar o ator, saber tranquilizá-lo, compreendê-lo e contê-lo.Erika AV de Almeida e Roberto D'Ávilla (Jesus) após quatro horas de ensaio e o cansaço já tomava conta de todos.

O diretor sempre descobre em seu ator um indivíduo complexo, apto a inúmeras tarefas, de poderes insuspeitádos: ele tem a perspectiva individual da personagem, mas também a compreensão do conjunto da peça, a contribuição individual de traços pertinentes, mas também a submissão aos objetivos do conjunto da encenação
.
Deste modo, o ator é, necessariamente, um ator-criador, um ator que se insere num projeto, porém contribuinptoado para ele com elementos que só ele pode trazer.
DIREÇÃO DE CENA
Após a conscientização da necessidade do controle global dos meios artísticos, o diretor de cena cindiu-se em encenador e diretor de cena no sentido atual de responsável pelo palco.DIREÇÃO DE CENA: Erika AV de Almeida comandando a posição dos atores para a iluminação nos ensaios do espetáculo "A Paixão de Cristo"

O diretor de cena é reponsável principalmente pela sonoplastia, iluminação e contrarregragem (a direção geral de cena consiste em coordenar as diversas responsabilidades).ACIMA: (DIREÇÃO DE CENA) Erika AV de Almeida conferindo a trilha sonora do espetáculo "A Paixão de Cristo" com Luiz Fernando Lima.
ABAIXO: (DIREÇÃO DE CENA) orrganizando e avaliando o figurino de Geraldo Vilanova