domingo, 28 de agosto de 2011

CULTURA NEGRA é tema da 2a Bateria da Gincana de Lingua POrtuguesa do CE Thales Ribeiro.

CULTURA NEGRA
EAVA Fênix em parceria
com CE Thales ribeiro Gonçalves

A lei nº 10.639, de 2003, alterou a LDB e passou a exigir que as escolas brasileiras de ensino fundamental e médio incluíssem no currículo o ensino da história e cultura afro-brasileira.
O fato foi considerado pelos movimentos de luta dos negros em todo o país como um importante passo.
Sua aplicação prática, no e
ntanto, ainda é desafio para toda a comunidade escolar, especialmente para os professores: como sair da teoria? Como e onde buscar material?
Sempre se trata, nas escolas, superficialmente sobre a cultura negra. Por isso resolvi trazer os temas polêmicos para serem entendidos e discutidos nessa bateria do projeto de LEITU
RA & ARTES CÊNICAS que está sendo realizada entre os 3o médios A, B e C do CE Thales Ribeiro Gonçalves.
Trabalhando a teoria, aliada à prática, à dança, à musica e ao teatro, os jovens aprendem mais e mais rápido
.
1a Tarefa:
Cada equipe ficou com um tema (que foi sorteado entre elas). Os temas abordados são:
1. CAPOEIRA - esporte genuinamente brasileiro: surgido nas senzalas brasileiras já muitos anos após o início do tráfico negreiro. A capoeira é tida como esporte afro-brasileiro. A tarefa dos alunos é, através de pesquisa e fatos, comprovar que a capoeira é um esporte genuinamente brasileiro.

2. UMBANDA - a evolução do Candomblé: a Umbanda utiliza elementos da religião negra (Condomblé), contudo mescla com elemento da religião católica e indígena. Os orixás, na Umbanda possuem mais características dos santos católicos do que no Candomblé, onde estes são cercados de histórias que envolvem inveja, sexo, disputas. A tarefa dos alunos é, através de pesquisas e fatos, comprovar que a Umbanda é a evolução do Candomblé.


3. RACISMO - o Racismo disfarçado: no Brasil há aqueles que não se assumem racistas e muitas vezes o racismo está impregnado na própria raça. Negros que alisam o cabelo ao invés de assumir sua natureza, negros que aceitam as cotas universitárias sem se "tocar" que é tão capaz quanto qualquer um de estar em uma universidade por méritos e não por "caridade", negros que pintam os pêlos ou os cabelos de loiro, etc. A tarefa dos alunos é expor esses fatos, comprovar o tipo de racismo que provém da própria raça e tentar mostrar que é necessário se aceitar para que o racismo começe a ter fim.

OBJETIVO: Trabalhar a oratória, a habilidade de se expressar em público. Trabalhar também os conhecimentos adquiridos, aprimorar a pesquisa e os conhecimentos sobre a cultura negra em geral. Trabalhar a criatividade na hora de montar o material para apresentar e, como bons advogados, preparar o educando para defender uma causa.

2a Tarefa:
Trabalho de criatividade (produção de banner)

3a Tarefa:Cada equipe deverá apresentar 02 componentes:
01 garota devidamente trajada de
passista;01 garoto devidamente trajado de malandro carioca;
Ambos deverão apresentar um samba cuja temática seja a cultura negra.


Objetivo: resgatar as origens do samba, bem como trabalhar o elemento da cultura negra mais aceito no país: o Samba. Ao mesmo tempo estaremos trabalhamos a fantasia dos adolescentes que veem o glamour das escolas de samba, contudo esse glamour está distante dessa realidade do aluno. Dessa forma estaremos aproximando essas duas realidades.

4a Tarefa:

Cada equipe deverá apresentar 03 componentes: 01 garoto devidamente trajado de Xangô; 01 garota devidamente trajada de Iansã; 01 garoto devidamente trajado de Ogum; Eles irão dramatizar a música "Deusa dos Orixás" de Clara Nunes.Objetivo: Conhecer elementos da religião negra (Candomblé e Umbanda) na prática e aprender a respeitá-la. Trabalhar as expressões faciais e corporais dos educandos. Tr(A imagem abaixo é de Ogum)Contexto Histórico no Candomblé: Ogum e Xangô, ambos apaixonado por Iansã, travaram um disputa por ela. Vencendo Xangô, Iansã tornou-se sua primeira esposa e a ela foi dado o poder dos raios e das tempestades.
5a Tarefa:Cada equipe deverá apresentar 02 componentes (01 garoto e 01 garota), seja da própria sala ou componente do Grupo Teatral EAVA Fênix para apresentar uma coreografia que represente a sedução de Oxum a Xangô.

Contexto mitológico no Candomblé: Xangô (Orixá dos raios e trovões no Candomblé e da justiça na Umbanda) é esposo de Iansã e a ela deu o poder dos raios e trovões, tem como segunda esposa Obá.
Oxum, apaixonada por Xangô, enrolou Obá, fazendo com que ela cortasse a próp
ria orelha, o que causou repulsa em Xangô. Logo depois ela dançou seditoramente para Xangô, seduzindo-o e tornando-se sua 3a esposa.


Xangô usa duas machadinhas:Oxum, deusa da faceirice, da riqueza, da elegância, usa as cores dourada e prateada simbolizando a riqueza. Tem nas mãos um leque em ouro-prata e um espelho.
6a Tarefa:
Cada equipe deverá apresentar os demais componentes (que não participaram das tarefas anteriores) para coreografar e dramatizar a música "Retirantes" de Dorival Caymmi.Objetivo: Fazer o resgate histórico da luta dos negros pela libertação. Trabalhar as expressões faciais e corporais dos alunos, trabalhar a criatividade na criação do contexto a ser apresentado, incentivar à pesquisa.

sábado, 20 de agosto de 2011

CRIANÇA DESAPARECIDA

Por favor, vamos ter um gesto de humaninade.




Essa criança está desaparecida. Ajudem a procurá-la.



Procuro desesperadamente meu filho de 3 anos desaparecido desde 21/06/2010. AJUDEM POR FAVOR, A DIVULGAR A FOTO DELE NA NET... Peço ajudas a todos, que, por favor, dIvulguem estas fotos dele na net. Pois ele sumiu da cidade de São Carlos, interior de São Paulo. Ele nasceu no Rio de Janeiro. Vindo com ele para minha terra natal,onde eu jamais poderia imaginar que eu passaria por este pesadelo. A policia não tem nenhuma informação concreta sobre seu paradeiro esta sendo um mistério a forma de como este anjinho sumiu. Peço encarecidamente que orem a Deus por ele. Desde já grata a todos. (11)8687-5361 (11)8687-5361 Laércio Garcia

quinta-feira, 11 de agosto de 2011

Cordel Adolescente, Ó Xente

CORDEL ADOLESCENTE, Ó XENTE

Sylvia Orthof. Cordel Adolescente, Ó Xente. São Paulo, Quinteto. 1996)
mm

Sou mocinha nordestina,
meu nome é Doralice,
tenho 13 anos de idade,
conto e reconto o que disse,
pois me chamo Doralice,
sou eu quem vende meu cordel
nas feiras lindas de longe
onde a poesia se esconde
nas sombras do meu chapéu!


Eu falo tudo rimado
no adoçado da palavra
no Nordeste feiticeiro;
no meu jeito brasileiro,
aqui vim dizer e digo
que escrevo muito livro
que pinduro num cordel,
todo fato acontecido
eu coloco num papel!


Vim pra feira, noutro dia,
armei a minha poesia
num cordel de horizonte.
Que passava defronte
daquilo que eu vendia,
parava e me escutava,
pois sou mocinha falante,
declamava o que escrevia!



Contei de uma garota
que amava um cangaceiro,
era um tal cabra da peste,
um valentão do Nordeste
que montava a Ventania,
trazia susto e coragem
por cada canto que ia!
Virge Maria!


O nome da tal mocinha?
Não digo...é um segredo,
escrevo o que não devo,
invento, pois tenho medo,
de contar que a tal menina
era...toda fantasia.


Era moça que esconde
a tristeza na alegria
morava no perto-longe
daquilo que nunca digo
seu nome era antigo...
era...talvez...Bertulina...
Quem sabe da tal menina?


Um dia de azul e noite,
pernoite de cavalgada,
na sombra, muito assustada,
Bertulina viu o moço que, ao longe, galopava!
Ó Xente!
O luar se balançava
num cordel adolescente!


O vento corria tanto
Espanto:
não alcançava a ligeireza perfeita
que o galope desenhava!

Era um cabra cangaceiro,
curtido e sertanejo,
tinha olhos de lonjuras,
verduras de olhar miragens,
chapéu de couro,
facão de abrir caminhos, viagens!


Tinha estrelas faiscantes,
nos dentes do seu sorriso...
Ai...me calo...quase falo!...
Ó xente...perco o siso!

Nos cascos do seu cavalo
tinha trovão e faíca,
fósforo que queima e risca
o escuro que ilumina
a paixão em Bertulina.


O moço chegou, chegado,
sorriu sua belezura,
saltou fora do cavalo
(vontade ninguém segura),
roubou um beijo da boca
de Bertulina, a donzela.
Depois de assaltar o beijo,
perguntou o nome dela.


- Eu me chamo Bertulina, moço,
estou muito assustada,
sou tão moça, inda menina,
nunca antes fui beijada...
O senhor me assaltou,
não deu tempo pra mais nada...
eu não sei o que faço,
minha boca está molhada
como orvalho da flor...
Será que seu beijo, ó moço,
em mim pousou...
namorou?
Será que o gesto louco
teve um pouco de amor?


- Não sei se é fato ou fita,
não sei se é fita ou fato,
o fato é que você me fita,
me fita mesmo de fato... -
Respondeu o cangaceiro
em brincadeira e risada,
pulou sobre seu cavalo
e partiu em galopada.


A lua tremeu nos olhos
de Bertulina, em lágrimas...
A mocinha ficou louca
de gosto de amor partido
no alto do céu da boca!
Nem sabia que o amor
podia ser cangaceiro,
podia sonhar desejo
roubando o beijo primeiro!


Porque o primeiro beijo
é coisa muito esperada:
tem que ser algo manso,
remanso, lagoa d'água.
Tem que ter um certo tempo,
coragem não revelada,
um perfume de jasmin,
um não se esqueça de mim...


Quando numa noite quente
a lua ficou inchada
o cavaleiro voltou.
Bertulina espiava dentro de uma paixão.
O moço viu Bertulina
e roubou outro beijo,
foi aí que a mocinha
falou assim para o rapaz:


- Antes de querer meu beijo,
por favor, moço, me diga,
se o beijo é verdadeiro
ou se é ousadia de cangaceiro!


Eu me chamo Doralice
Bertulina do Sertão,
comigo só tem poesia
se rimar no coração.


Aprendi uma verdade
e verdade não se esquece:
tudo aquilo que se aceita...
pois é, agente merece!