sábado, 12 de abril de 2025

PSICOLOGIA APLICDA À SAÚDE UNIDADE 4












O que é psicologia?

Atualmente, todo mundo já ouviu falar de psicologia. Mas, você sabe o que é psicologia?

Segundo o dicionário, por definição, psicologia é a ciência que cuida dos estados e processos mentais (sentimentos, pensamentos, razões) e dos comportamentos dos seres humanos, além das interações de cada ser humano no ambiente físico e social (Psicologia, 2022).

Você sabe desde quando essa definição e esse conceito existem?

Antes de a psicologia ser considerada uma ciência, ela era uma filosofia – a forma como os filósofos curiosos tentavam compreender o Homem. Eles buscavam entender o que gerava os sentimentos, como a mente funcionava e como os comportamentos aconteciam. Nessa tentativa, começaram o esboço do que entendemos como psicologia na atualidade (Andery et al., 2012). Na sequência, o homem começa a se interessar por temas mais concretos, preocupando-se com a parte física, biológica e, a partir deste momento, a psicologia passa a se vincular à área da fisiologia.

Todavia, o desenvolvimento da psicologia como categoria científica, com métodos específicos de investigação e com classificações mais claras, começa em 1879, com Wilhelm Wundt, alemão que funda o primeiro instituto de psicologia em Leipzig, na Alemanha (Jacó-Vilela; Ferreira; Portugal, 2005). Ele buscava a ampliação e a divulgação do estudo da mente e, a partir do seu trabalho, começam a surgir outros cientistas, formados por ele, que vão ampliando a psicologia até o momento como a conhecemos hoje.

No início, a psicologia era entendida como exclusivamente subjetiva, sem objetivos diretos e conclusões, e isso a enfraquecia como ciência, pois entendemos que ciência é o pensamento estruturado em padrão de observação, hipótese, análise, conclusão e comunicação do achado. Em um segundo momento, surge a psicologia experimental, que investe em um método de estudo próprio para conhecer a mente humana e que busca, através de experimentos, a base científica necessária para se embasar.

Desde 1879 até hoje, a psicologia já passou por várias transformações e jeitos de entender o ser humano. De lá para cá, ela evoluiu muito e, para se sustentar enquanto ciência, várias teorias foram criadas a fim de dar a sustentação científica necessária para essa nova área. Sendo assim, cada abordagem psicológica buscará, por meio de um ponto de vista próprio, a compreensão do Homem, como cada indivíduo funciona e quais são suas subjetividades dentro de um determinado contexto sociocultural.

As abordagens, ou linhas teóricas, mais clássicas e conhecidas da psicologia são:

  • Psicanálise.
  • Comportamental.
  • Psicologia social.
  • Estruturalismo.
  • Funcionalismo.

Em comum, todas as abordagens buscam entender a complexidade humana e seus comportamentos, e para tal consideram fatores biológicos, psicológicos e socioculturais.

É importante lembrar que a psicologia vive em transformação e que é uma ciência, por isso, segue uma metodologia que precisa ser conhecida e estudada. É fundamental se manter atualizado nos estudos sobre a mente humana e seus desdobramentos para nos.

                                           Figura 1 | Etapas do método científico. Fonte: Menezes (2023, [s. p.]).

Para melhor entender a psicologia, devemos nos afastar do senso comum, já que não é disso que ela fala, muito pelo contrário.

Você sabe o que é senso comum? É pensar que algo é simples e comum; um tipo de conhecimento popular, normalizado pela observação e repetição do evento; um tipo de pensamento não científico, ou seja, que não foi testado e validado.

A psicologia traz questionamentos no contexto da subjetividade, ou seja, da individualidade de cada um, dentro do grupo ao qual cada um pertence. Ela é, então, validada por uma análise metodológica e embasada em ciência. Assim, a leitura dessa subjetividade é que pode agregar ao campo de conhecimento do profissional de saúde.

Aspectos da psicologia

Para que você consiga compreender melhor as questões que a psicologia apresenta, precisamos falar um pouco mais dos conceitos básicos dela enquanto construção e do seu contexto histórico.

Você lembra que, em um primeiro momento, a psicologia era entendida como uma parte da filosofia? Isso por conta do contexto em que grandes filósofos buscavam compreender o Homem frente aos seus sentimentos e comportamentos.

Neste momento, a ideia de psicologia era exclusivamente subjetiva, sem objetivos diretos e conclusões específicas, apenas observação e contemplação sem um objetivo final. Por conta disso, ela não era validada como um método científico.

Lembra-se de que método científico tem a ver com a estruturação, a validação das hipóteses e a comunicação sobre o que investigamos? Por meio desse movimento de reconhecer a psicologia como ciência, surgem algumas abordagens que a validarão enquanto método científico.

Agora, olharemos para os conceitos e as transformações que a psicologia nos traz atualmente. Para isso, precisamos entender que o aparecimento da consciência humana vem ao mesmo tempo que entendemos que somos seres racionais, que pensam e correlacionam comportamentos, ações e vivências com sentimentos e emoções. É a partir do momento que deixamos de entender o Homem como um simples animal e o percebemos como um ser social, histórico e cultural, que entendemos o conceito básico da psicologia (Atkinson, 1995).

Em um primeiro momento, temos a noção de consciência de nós mesmos, ou seja, a compreensão dos pensamentos que aparecem por meio da nossa memória, das nossas emoções e dos nossos comportamentos; e mais: como nos apropriamos deles, o que nos traz esse conceito de subjetividade.

Você compreendeu o que é subjetividade? Se olharmos nos diversos dicionários, subjetividade é o que pode ser caracterizado como algo que varia de acordo com o julgamento, sentimento e opinião de cada um, ou seja, a percepção individual sobre determinado tema (Subjetividade, 2022).

A partir da noção de subjetividade é que começam as construções das abordagens psicológicas, as quais tentarão compreender o humano sob determinado ponto de vista.

Após esse fenômeno individual, entenderemos o sujeito dentro do contexto social no qual ele está inserido e como os comportamentos, as emoções e as sensações afetarão o coletivo, o grupo.

Então, partiremos do indivíduo para o grupo e, depois, do grupo para o indivíduo.

Com isso compreendemos que a psicologia faz o movimento de observar os comportamentos, as sensações e as emoções no individual e no coletivo, o que possibilita inúmeras formas de intervenção (Cambaúva; Silva; Ferreira, 1998).

Assim, entendemos que a psicologia possui ferramentas e mecanismos para lidar com as mais diversas questões humanas. Podemos pensar nela como uma técnica, uma área de formação de pensamento crítico e do desenvolvimento do indivíduo, isoladamente ou dentro do contexto grupal.

Senso comum e subjetividade

Estudante, após ler essas informações, você consegue imaginar como isso pode ser integrado na sua prática? Se sim, que ótimo! Se não, pensamos em um exemplo para te ajudar.

Lembrando que estamos nos referindo a conceitos básicos da construção da psicologia como ciência, devemos nos ater à questão da subjetividade e do senso comum e como isso pode nos servir em momentos práticos.

Pensando que você atua na área de saúde, temos uma possibilidade grande para trabalhar esses conceitos, não é mesmo? Por exemplo: você está em um posto de saúde, na triagem do serviço, e chega um paciente calmo e tranquilo, mas que, no meio do processo de avaliação, começa a se perder na sua fala, suar muito e tremer.

O que você precisa entender? Como você pode perceber essa pessoa? Como você pode ajudar? Pense no que você faria nesse caso.

Se você assume que sabe como essa pessoa se sente, você se colocou no lugar dela e, provavelmente, usou o senso comum, ou seja, não enxergou ou ouviu a pessoa, mas trouxe referências de outras vivências suas para aquele momento e, com isso, definiu como ela estava, como se sentia e o que deveria fazer naquela situação.

Lembre-se de que a pessoa estava bem e tranquila, até ter que falar sobre algum aspecto específico na triagem que fez com que seu comportamento se alterasse.

Quando usamos o senso comum no campo das emoções e dos comportamentos (na psicologia), muito provavelmente estamos cometendo um ato de pré-conceito. Entendemos o pré-conceito aqui como algo já imaginado e concebido por você mesmo ou por outros que você observou e que passa a determinar alguns de nossos julgamentos e avaliações. Assumir que você sabe o que o outro sente pode ser muito complicado quando estamos buscando ser mais precisos em nosso trabalho.

Se em um processo de avaliação você está em dúvida (o que é muito comum), que tal, por exemplo, oferecer um copo de água para o paciente e dar um tempo para a pessoa se recompor e, a partir daí, investigar questões mais específicas (lembra da definição de método científico?), como: como você está se sentindo? Está tudo bem com você? Percebi que algo mudou durante nossa conversa, sabe o que foi? Você ficou ansioso? Foi isso mesmo? Consegue entender por que ficou assim? Já aconteceu em outras situações?

Dessa forma, você está buscando compreender a subjetividade na situação, ou seja, como aquela pessoa se sente, podendo ouvir as queixas e demandas sem um pré-julgamento, para, então, poder dar o acolhimento necessário. Entendeu a diferença entre usar o senso comum e investigar o que, de fato, acontece, levando em conta a subjetividade de cada pessoa em cada situação?

A cada aula ampliaremos, ilustraremos e discutiremos essas noções e como é possível utilizar melhor esses conceitos.


A situação-problema desta aula nos apresentou o caso de Ana Maria, uma estudante de psicologia que está querendo entender melhor sobre como a psicologia se tornou uma área científica do saber.

Diante disto, para podermos ajudar Ana Maria, é importante que consigamos explicar a evolução histórica da psicologia, destacando os marcos importantes, como a fundação do primeiro instituto de psicologia por Wilhelm Wundt e a transição da psicologia de uma abordagem exclusivamente subjetiva para métodos científicos de investigação. Ela precisa compreender que a psicologia evoluiu de uma filosofia para uma ciência com métodos de investigação específicos, e é justamente isto que influenciou a prática atual dela.

Para tanto, poderíamos começar explicando os estágios iniciais da psicologia como uma abordagem filosófica para entender o comportamento humano. Em seguida, destacar a importância de Wilhelm Wundt e seu papel na fundação do primeiro instituto de psicologia em Leipzig, Alemanha, em 1879, como um marco na transição da psicologia para uma ciência. Você também poderia mencionar as diferentes abordagens psicológicas clássicas, como a psicanálise, o behaviorismo, a psicologia social, o estruturalismo e o funcionalismo, e como cada uma contribuiu para a compreensão do ser humano. Além disso, enfatizar a importância da subjetividade e da metodologia científica na psicologia atual.

Importante destacar, ainda, que a psicologia continua a evoluir, incorporando novas teorias e abordagens para compreender o comportamento humano. A importância da subjetividade e da análise metodológica permanece fundamental na prática da psicologia, pois cada pessoa é única e deve ser compreendida dentro de seu contexto sociocultural. Para Ana Maria, essa compreensão da evolução da psicologia e de suas bases históricas ajudará a contextualizar e apreciar a complexidade dessa ciência.


Vamos aprofundar nossos conhecimentos? Reforce tudo o que aprendemos em nossa aula fazendo a consulta do seguinte material:

  • Biblioteca virtual: no Capítulo 1, do livro Atualidades em Psicologia da Saúde, nas páginas 1 a 28, você conhecerá mais sobre o panorama da psicologia da saúde e suas perspectivas de desenvolvimento. Disponível em Minha Biblioteca.
  • Biblioteca virtual: no Capítulo 1, do livro Psicologias: uma introdução ao estudo de psicologia, de Ana Mercês Bahia Bock, nas páginas 2 a 34, você aprofundará ainda mais seu conhecimento sobre os assuntos discutidos em nossa aula, como subjetividade e senso comum. Disponível em Minha Biblioteca.

Biblioteca Virtual: os capítulos de 1 a 4, do livro História da Psicologia Moderna, de Duane P. Schutz e Sydney E. Schultz, tratam de maneira bastante detalhada sobre a história da psicologia, desde suas origens filosóficas até se tornar uma área científica do saber. Disponível em Minha Biblioteca.


A partir de agora, ampliaremos o nosso conhecimento sobre psicologia falando das diferentes abordagens e como elas podem ser úteis no ambiente de saúde.

Além disso, conheceremos o que é interface e como ela se dá entre a psicologia social e a psicologia na saúde, possibilitando maior facilidade na rotina com o trabalho em saúde. Para isso, veremos modelos importantes para essa nossa base, como o modelo biomédico e o modelo psicossocial, e entenderemos em quais condições eles são usados e quais são as ferramentas que eles nos trazem para ampliar nossa atuação.

Por fim, falaremos, ainda, das atuais perspectivas da psicologia e como essas novas descobertas podem nos auxiliar na prática.

Para nortear nosso estudo, partiremos da seguinte situação-problema: imagine que você é um profissional de saúde que trabalha em uma clínica de atenção primária. Você tem uma paciente chamada Mônica, uma mulher de 35 anos que recentemente recebeu um diagnóstico de depressão. Ela apresenta sintomas, como tristeza profunda, perda de interesse nas atividades diárias, insônia e falta de energia. Ela também tem relatado conflitos nos relacionamentos familiares e dificuldades em seu ambiente de trabalho.

Como profissional de saúde, você reconhece que abordar o caso de Mônica requer uma compreensão holística que leve em consideração os aspectos biológicos, psicológicos e sociais de sua condição. Diante desse contexto, como você pode ajudar Mônica? Quais orientações você poderá dar para auxiliá-la?

Agora é com você! Está preparado para ajudar Mônica? Então, vamos lá!

As abordagens psicológicas e a área da saúde

A psicologia é uma ciência cheia de conteúdos interessantes sobre o modo de compreender o ser humano, não é mesmo? No entanto, o único objetivo dela é essa compreensão do nosso comportamento, pensamento e emoções, ou ela também pode ser aplicada?

Se em nossa área de atuação usaremos a psicologia, precisamos conhecer a estrutura dela atualmente. A partir daí, entenderemos como ela pode servir no nosso dia a dia profissional.

Hoje, a psicologia pode ser subdividida em abordagens, são elas (Schultz; Schultz, 2002):

  • Psicodinâmica.
  • Comportamental.
  • Cognitiva.
  • Humanística.

Essas abordagens nos trarão caminhos e possibilidades frente às mais variadas perspectivas de atuação. Aqui, nosso foco é na saúde, especificamente, porém você consegue imaginar quais seriam todas as aplicações dessas abordagens?

Para você ampliar o conceito da psicologia, é importante saber que ela pode ser aplicada em diversos sistemas que temos em nossa sociedade atualmente. Por exemplo, recursos humanos (métodos de trabalho), educação, negócios, mercado financeiro, vendas, indústrias e muitos outros mais que você consiga pensar.

E você sabe o porquê disso? Porque, sempre que estamos falando de um sistema qualquer de trabalho, estamos falando de comportamento humano. Não se esqueça disso!

Para ampliar ainda mais nosso conhecimento, conheceremos mais alguns conceitos importantes:

  • Interface: esse conceito é tão importante em saúde e em psicologia, por isso, ele é sempre utilizado por nós. Segundo o Dicionário Houaiss (2001), a interface é a área em que coisas diversas, por exemplo, dois departamentos, duas ciências etc., interagem.
  • Psicologia social: segundo Traverso-Yépez (2001), é a área da psicologia que estudará a relação do indivíduo com a sociedade, ou seja, ela observará o sujeito em seus comportamentos e intenções quando ele está com outras pessoas, dentro do contexto sócio-histórico de cada um e do grupo. É importante lembrarmos que nosso comportamento pode sofrer alterações quando estamos sozinhos e quando estamos em sociedade (em grupo), e isso deve ser levado em consideração nesse contexto psicossocial.
  • Modelo biomédico: o modelo biomédico ou mecanicista compreende o homem como uma espécie de máquina, e o conceito mais enraizado nessa abordagem é que o significado de saúde é ausência de doença. Logo, o saudável é o que não é doente. Esse modelo focará, principalmente, na especialização e na fragmentação do sujeito, o que faz com que se perca a visão do indivíduo como um todo mais complexo em suas áreas sociais e psicológicas. O indivíduo perde sua significação, o objetivo é a doença e a cura, o diagnóstico individual e o tratamento (Barros, 2002; Cutolo, 2006).
  • Modelo psicossocial: o modelo psicossocial, assim como a psicologia social, traz a questão do "ser" integrado na sociedade, no grupo que faz parte. Considera o indivíduo de forma integral, levando em conta os aspectos emocionais e psicológicos e o contexto social, histórico e cultural de cada um e não apenas o conceito de doença física.

Contexto e interfaces

Para contextualizarmos as abordagens psicológicas e ampliarmos ainda mais nossa compreensão de como utilizá-las em saúde, precisamos minimamente entender o conceito delas e como cada uma consegue entender as subjetividades dos indivíduos.

  • Abordagem psicodinâmica: referência teórica Sigmund Freud (Freud, 1996). Essa é a mais conhecida, por conta da psicanálise. De um modo geral, ela pode ser resumida como a abordagem que busca compreender o homem a partir dos seus desejos e impulsos, que podem ser conscientes ou inconscientes.

Componentes básicos da psicodinâmica:

  • O inconsciente pode afetar fortemente nossos comportamentos e sentimentos, ou seja, algo que está em nosso cérebro, mas que não reconhecemos, pode se manifestar em nossas emoções.
  • A infância e nosso passado têm grande importância em nossa vida adulta e na forma como lidamos com ela.
  • Todo comportamento tem uma causa, a qual, geralmente, é inconsciente. Em princípio, não reconhecemos de forma explícita essa relação.
  • A personalidade pode ser dividida em três partes, em que temos:
  • Isso (Id): o sujeito livre em sua essência, como nasce, com desejos e vontades, sem os limites sociais e culturais.
  • Eu (ego): a consciência que regulará os desejos frente à realidade, de acordo com o contexto, ou seja, regras e filtros sociais e culturais.
  • Supereu (superego): traz os valores morais e algumas crenças, que servem para moderar e limitar os desejos.
  • Abordagem comportamental: referência teórica Burrhus Frederic Skinner (Skinner, 1970). É reconhecida pela forma de observar o ser humano por meio do ambiente e dos estímulos provenientes desse ambiente. Eles podem desencadear, produzir ou alterar determinados comportamentos que impactam, por exemplo, o estado mental e o desenvolvimento. Acredita-se que todo comportamento pode ser assimilado de acordo com nossas experiências.
  • Abordagem cognitiva: referência teórica Aaron Beck (Beck, 1997). É conhecida por estudar a mente humana e seu funcionamento. Estuda como são processadas as informações que podem produzir, gerar ou alterar nossos comportamentos. A ideia central não é cuidar dos sintomas, como na psicodinâmica, mas, sim, das distorções que os pensamentos causam em nossa vida. Essas distorções derivam de sistemas de crenças que desenvolvemos ao longo da vida e que podem afetar nossos comportamentos, e elas são o foco nesta abordagem.
  • Abordagem humanística: referência teórica Abra Maslow (Maslow, 1970). É conhecida por nascer no contrafluxo das outras abordagens, no sentido de individualizar mais o comportamento, sem ser generalista. Portanto, essa teoria traz o princípio do livre-arbítrio e da autorrealização. Ao invés de cuidar da parte que está doente, cuidará da potência do ser humano e buscará maximizá-la.

                                                                               Figura 1 | Abordagens psicológicas.


Aqui, falaremos sobre a interface, ou seja, sobre a interação da psicologia social com a saúde, e perceberemos como isso auxiliará em nosso entendimento da psicologia e como podemos atuar na saúde.

Além das abordagens, precisamos aprofundar mais os conceitos dos modelos que usamos em saúde, e com isso entenderemos as interfaces entre eles e como podemos utilizá-los.

Sabemos que o modelo biológico ainda é utilizado hoje, muitas vezes isoladamente, nos consultórios médicos e em redes públicas de saúde, como o SUS. O modelo biomédico ainda é um determinante na atenção à saúde, tendo como alvo os sintomas e a consequência deles.

O modelo psicossocial considerará o indivíduo em sua subjetividade e dentro do contexto de pertencimento dele, o histórico e cultural.

Será que você já consegue entender melhor por que abordamos esse conceito da interface entre saúde e psicologia social?

Todas as possibilidades que podemos usar para aprimorar e melhorar nossa prática em saúde são sempre bem-vindas. Usar a perspectiva da psicologia social, na qual o indivíduo é visto como parte da sociedade, com suas regras e seus valores, e perceber como isso pode modelar seus comportamentos e sua saúde, traz camadas adicionais para nossa atuação. Ampliamos, assim, as ferramentas que podemos empregar para o trabalho em saúde, com cada indivíduo e no grupo, com os pacientes e os colegas.

Mas, será que podemos negar o modelo biomédico? Claro que não!

O modelo biomédico nos traz a visão de que os sujeitos precisam ser cuidados, de adoecimento e de que a junção com o psicossocial nos trará a dimensão desse adoecimento. E, a partir daí, podemos começar o conceito de prevenção em saúde. Já pensou nisso?

Como isso pode acontecer?

A partir do surgimento de uma junção desses dois modelos, porque eles, separados, não são suficientes. Um complementa o outro. Com isso, estabelece-se a possibilidade de um terceiro modelo, o biopsicossocial.


Biopsicossocial: abordagens e aplicações

Na nossa prática em saúde, devemos aprender sobre o modelo biopsicossocial. A proposta dele é estudar a saúde e a doença a partir de uma perspectiva integrativa, ou seja, levando em conta os fatores biológicos, as condições psicológicas e o contexto social e ambiental em que o indivíduo se encontra.

  • Biológico: investigação dos sintomas físicos para entender a causa da doença no organismo do paciente. Foco: saúde física, propensões genéticas e efeitos de drogas e medicamentos.
  • Psicológico: investigação das causas psicológicas para um determinado problema de saúde. Foco: habilidades sociais, relacionamentos familiares, autoestima e saúde mental.
  • Social: investigação de como fatores sociais (aspectos socioeconômicos, culturais e inter-relacionais) podem afetar a saúde do indivíduo.

É uma abordagem multidisciplinar, que compreende as dimensões biológica, psicológica e social de um indivíduo. Por isso, ela é tão importante na saúde privada e no Sistema Único de Saúde (SUS), pois trará uma perspectiva integrada do indivíduo, o que favorece também o cuidado preventivo, e não somente a "cura da doença".

A saúde deixa de ser vista como especialidade exclusiva da medicina, já que a doença passa a ser considerada multifatorial. Nesse modelo, a saúde é definida como um estado integrado de bem-estar físico, mental e social do indivíduo, que é a concepção utilizada pela Organização Mundial de Saúde (OMS) (WHO, 1946).

Podemos considerar que o modelo biomédico ainda é importante, principalmente como metodologia de ensino, porém sabemos de a necessidade da educação em saúde ser mais humanista, principalmente para aqueles que tenham interesse em desenvolver seus conhecimentos e sua prática envolvendo o cuidado global do paciente.

Você sabe como isso deve acontecer?

Na prática, o ensino do profissional de saúde deve focar na humanização e na relação com o paciente, ou seja, deve se dar por meio de uma vinculação de trato mais afetivo, o que podemos interpretar como uma forma mais empática, responsável e subjetiva. Não olhar somente a questão da doença do indivíduo, e sim as causas e os contextos de sua enfermidade e como elas afetarão sua qualidade de vida. Para facilitar o acompanhamento do paciente, devemos não somente acolhê-lo, mas também sua família e pessoas próximas, entrando em contato com seu contexto social, para alcançar um melhor resultado integrado de qualidade de vida (Backes et al., 2005).

Atualmente, compreendemos que o “cuidado em saúde” refere-se a tratar, respeitar, acolher e atender o ser humano em sofrimento, com qualidade, atenção global e resolução de suas queixas. E esse cuidado já começa desde a atenção básica.

A psicologia, neste sentido, traz um jeito empático e respeitoso de cuidar dos indivíduos. Com as ferramentas que as abordagens psicológicas nos dão, podemos aprimorar esse cuidado em saúde, para isso, precisamos estar sempre atentos ao indivíduo e, a partir daí, compreender quais são as ferramentas que devemos utilizar para aprofundarmos nossos conhecimentos.

Para finalizar a aula de hoje, traremos a frase de um grande pensador da psicologia, Carl Gustav Jung, que construiu a psicologia analítica dentro do campo psicodinâmico. Essa frase ilustra o processo empático que precisamos para cuidar dos indivíduos e conseguir esse cuidado em saúde.

“Conheça todas as teorias, domine todas as técnicas, mas, ao tocar uma alma humana, seja apenas outra alma humana” (Jung, 1928, p. 361).





Na situação-problema de hoje, vimos o caso de Mônica, uma mulher de 35 anos que vem passando por sintomas de profunda tristeza e perda de interesse em suas atividades, além de insônia, falta de energia e dificuldades em seu relacionamento familiar e de trabalho.

Como podemos auxiliá-la? Neste caso, precisamos considerar o modelo biopsicossocial para criar um plano de tratamento abrangente que leve em consideração todos os fatores relevantes (biológico, psicológico e social).

Esse plano deve incluir algumas questões, como: o encaminhamento de Mônica para uma psicoterapia, para que possa lidar com suas questões emocionais; o encaminhamento para grupos de apoio social e aconselhamento de família, para fortalecer seus relacionamentos pessoais; o encaminhamento para médico, para que possam ser realizados todos os exames físicos de saúde.

Assim, ao integrar as diferentes abordagens psicológicas e aplicar o modelo biopsicossocial, você cria um plano de tratamento abrangente que leva em consideração a complexidade de Mônica como indivíduo. Você reconhece que a saúde e a doença são multifatoriais e que uma abordagem integrada é essencial para seu bem-estar global. Através do cuidado empático e holístico, você trabalha para ajudar Mônica a se recuperar e a alcançar uma melhor qualidade de vida.



Aproveite essas dicas para aprofundar seus estudos:

  • Na matéria Linhas psicoterápicasvocê sabe o que são e a quem servem?, você encontrará mais informações sobre as abordagens psicológicas e entenderá melhor como elas funcionam na especificidade de cada indivíduo.
  • No livro História da Psicologia Moderna, de Schultz e Schultz, você poderá ter acesso à criação e ao funcionamento das escolas (abordagens) psicológicas. Os capítulos 9 até 13 abordam muito bem essa questão.

O artigo A Psicologia Social Contemporânea: Principais Tendências e Perspectivas Nacionais e Internacionais, de autoria de Maria Cristina Ferreira, apresenta um balanço do estado atual da psicologia social, no plano nacional e internacional, bem como um histórico sobre a origem da psicologia social no Brasil. Vale a pena sua leitura!


A nossa aula de agora, na qual nos aprofundaremos no conceito de aplicação da psicologia em saúde. Para isso, abordaremos conceitos importantes, como interdisciplinaridade, promoção, prevenção e reabilitação em saúde.

Já ouviu falar nesses conceitos? Consegue imaginar como eles ampliarão o seu conhecimento na área e como podem ser aplicados no dia a dia?

Partiremos da seguinte situação-problema para nos orientar: imagine uma unidade de saúde com uma equipe composta por médicos, enfermeiros, assistentes sociais, nutricionistas e psicólogos, todos trabalhando juntos para oferecer um atendimento integral e de qualidade aos pacientes. Nessa unidade, a interdisciplinaridade é valorizada e a promoção da saúde é uma prioridade. Analisaremos um caso específico que destaca a importância desses princípios na prática.

Maria, uma mulher de 42 anos, chegou à unidade de saúde com uma série de queixas físicas, incluindo dores crônicas nas costas e no pescoço, insônia e fadiga constante. Ela também estava enfrentando dificuldades no trabalho devido a conflitos com colegas e um aumento na carga de seu trabalho. Seu histórico de saúde revelou que ela havia sido diagnosticada com depressão leve há alguns anos, mas não voltou para ser atendida, não recebendo, portanto, o tratamento adequado para esse caso apresentado.

Ao avaliá-la, foi possível perceber que Maria vem apresentando sintomas que “fogem” apenas da esfera biológica (física). Neste caso, como a equipe deverá proceder? O que é possível fazer para auxiliar Maria a conseguir se estruturar e lidar com essas situações que lhe afligem?

Ao final da aula, você deverá compreender esses conceitos e como eles são fundamentais para qualquer profissional que atue na área de saúde. Entendê-los facilitará o seu trabalho, a comunicação e o trabalho de toda equipe.

Vamos lá aprender mais um pouco?

Abordagens psicológicas e interdisciplinaridade

Você sabe o que é interdisciplinaridade?

A própria palavra nos traz o significado: inter = que está relacionado, interligado, e disciplina = matéria, abordagens.

No dicionário, a definição de interdisciplinaridade é:

“Capaz de estabelecer relações entre duas ou mais disciplinas, ou áreas do conhecimento, com o intuito de melhorar o processo de aprendizagem, estreitando a relação entre professor e aluno” (Interdisciplinaridade, 2022, [s. p.]).

Já o conceito de promoção de saúde pode ser definido como uma estratégia da área da saúde, que busca melhorar a qualidade de vida da população em geral. Como o próprio nome diz, promover saúde. Aqui, é importante lembrar que a saúde deve considerar também as questões sociais, o contexto de uma população, para ter uma ação ampla e significativa.

E prevenção em saúde, você já ouviu falar?

Prevenir tem o significado de preparar algo, antecipar, chegar antes para evitar algum dano ou mal. A prevenção em saúde traz esse conceito dentro do ambiente específico da saúde. É uma estratégia para evitar que algum dano ocorra na saúde de indivíduos de uma determinada população. Um modelo bem conhecido de prevenção em saúde é a vacinação, que serve para prevenir que pessoas e até mesmo toda uma população se infecte e propague uma doença. Por exemplo, a vacinação contra catapora, difteria, coqueluche, gripe, entre outras doenças. Se elas não são evitadas, podem gerar impactos individuais ou colapsar um sistema de saúde, como vimos nos casos de meningite bacteriana, na década de 1970 e, da Covid-19, mais recentemente.

A psicologia frequentemente se insere na promoção e na prevenção em saúde, compondo, através da interdisciplinaridade, frentes de atuação junto à medicina, ao serviço social, à enfermagem, à nutrição, entre outras áreas. Assim, agregam-se olhares diversos e facilita-se um melhor cuidado das pessoas. Como a psicologia está intrinsecamente associada às interações humanas, ela pode contribuir nas relações entre os usuários do sistema de saúde, nas relações interdisciplinares e na relação entre os usuários e os profissionais de saúde. Com isso, ela pode auxiliar no espaço para integração dos saberes e na facilitação das trocas, em especial, dentro da equipe (Czeresnia, 1999).

E qual o significado de reabilitação em saúde?

Reabilitação, por definição, é a ação e o efeito de reabilitar, ou seja, habilitar novamente algo ou alguém ao seu antigo estado. Em saúde, reabilitação refere-se a devolver uma habilidade ou uma qualidade a alguém que a perdeu (Reabilitação, 2022).

As diversas linhas da psicologia utilizarão diferentes enunciados, mas, de forma geral, ela busca compreender a função do que foi perdido (por exemplo, no adoecimento psíquico) ou de algo deixou de existir (uma resposta esperada na infância que perde sentido e deixa de levar ao mesmo "ganho" na adolescência ou vida adulta) e como é possível restaurar tal perda ou adquirir um novo repertório, sempre visando a uma melhor qualidade de vida. 

Interfaces da psicologia no âmbito da saúde

Para compreender os conceitos mencionados, precisamos entender melhor quais são as interfaces da psicologia no campo da saúde e como ela pode atuar no contexto coletivo, e não no subjetivo, individual.

A psicologia da saúde, segundo definição da Associação Americana de Psicologia (APA), é:

A área que aplica conhecimentos científicos sobre as interrelações entre os componentes comportamentais, cognitivos, sociais e biológicos da saúde e da doença, para promoção e manutenção da saúde; prevenção, tratamento e reabilitação da doença e da incapacidade; e para a melhoria do sistema de saúde. (APA, 2013, [s. p.])

Segundo o Ministério da Saúde (Brasil, 2004), a contribuição das práticas da psicologia busca ampliar o olhar individualizado para o resgate e a valorização de outros contextos que não somente o método biológico e o social, e sim a integração dessas duas frentes.

Portanto, ela deve buscar realizar a interface desses dois modelos. Assim, a psicologia da saúde, além da atuação na população, buscará integrar processos e visões dentro do ambiente de trabalho dos profissionais de saúde, tanto com os usuários de um serviço de saúde como entre as equipes.

Esse campo do conhecimento resgatará a visão do homem de forma integrada, quando não é possível estabelecer uma clara fronteira entre mente e corpo e, eventualmente, separá-los. Nos últimos anos, ela adquire cada vez mais valor no ambiente de saúde, pois, além da visão integral do ser humano, ela também busca a integração e o bem-estar das equipes de trabalho, a pesquisa em saúde e a renovação das políticas públicas para transformar o todo, e não apenas o indivíduo, o doente ou a doença.

Saindo do senso comum, podemos entender que a promoção em saúde não visa à doença em si, mas, sim, à promoção dos aspectos físicos, sociais e psicológicos dos indivíduos e das subjetividades individuais. Já a prevenção busca evitar o surgimento do adoecimento através do uso correto dos métodos de saúde e suas aplicações.

Traduzindo para a prática, para atuar com prevenção e promoção de saúde, precisamos, primeiramente, entender quem é a população-alvo e quais são suas necessidades. Essa investigação é feita dentro do seu contexto, ou seja, no ambiente em que esses grupos estão inseridos, e pode envolver uma, diversas ou todas as equipes de um serviço de saúde.

Prevenção está ligada à possibilidade de evitar, por meio de antecipação, danos à saúde. Seja do adoecimento (prevenção primária), da consequência do adoecimento (prevenção secundária) ou das sequelas de longo prazo (prevenção terciária). E como isso pode ser pensado?

Sabemos que, para pensar em prevenção, os melhores resultados em termos de custo-benefício envolvem a atuação em diversas frentes, e para isso devemos refletir sobre a possibilidade de ação conjunta das diversas equipes de um sistema de saúde. Como você deve ter percebido, a interdisciplinaridade é crucial. Quando nos utilizamos dos diversos pontos de vista de cada área, dos diversos conhecimentos, conseguimos ampliar a visão de uma determinada situação e enxergar os fenômenos envolvidos de forma mais integrada, completa e em toda a sua complexidade.

A prática da interdisciplinaridade envolve a premissa de que os indivíduos devem construir sua autonomia, tenham capacidade para criar seus valores e normas individuais e, com isso, estejam mais aptos a lidar com o mundo, mesmo diante de dificuldades, limites e sofrimentos. Dessa maneira, eles podem ampliar seus espaços de participação, possibilitando um maior controle social sobre as ações de saúde e viabilizando a conquista constitucional do direito à saúde (Dalbello-Araujo, 2005).

Por meio desse direcionamento, promovemos também saúde, gerando autonomia e conhecimento para que cada um possa buscar ferramentas para lidar com a saúde e com as perspectivas individuais de qualidade de vida. Para isso, integraremos quatro frentes: biologia humana, ambiente, estilo de vida e organização da assistência à saúde.

A promoção em saúde não é uma nova teoria geral sobre saúde, mas, sim, uma estratégia que se ancorará nos conhecimentos das diversas áreas. Sendo assim, a ideia é a de questionar o modelo biomédico, não para negá-lo ou substituí-lo, e sim para ultrapassá-lo em seus resultados, ampliar as suas possibilidades e superar suas limitações.

Quando pensamos em reabilitação do paciente, estamos mencionando a possibilidade de ele se reconstituir como um sujeito em suas melhores condições, certo? Tornar o sujeito apto novamente a realizar atividades que antes realizava não é tarefa fácil, pois precisa de uma integração do paciente no ambiente de saúde, além de grande troca com a equipe interdisciplinar, uma vez que o processo de consolidação dos objetivos terapêuticos necessita da intersecção de diversas áreas.

Ser agente na promoção de saúde

Você consegue imaginar como podemos ser agentes na promoção de saúde?

Inicialmente, para planejar as ações, devemos reconhecer e levar em conta todo o contexto dos indivíduos, ou seja, o sujeito e sua família, sua condição de trabalho e renda, a alimentação e as possibilidades de lazer. Ainda, é fundamental compreender que o sujeito é o dono da ação, inclusive para a formulação de novas políticas públicas que possibilitem aos indivíduos e às comunidades a realização de escolhas a favor da qualidade de vida e da saúde.

Tornar o sujeito capaz de buscar o próprio bem-estar é imperativo, para isso devemos dar autonomia a ele por meio do conhecimento de sua condição e possibilidades de escolhas. Dessa forma, devemos possibilitar a autonomia dos sujeitos e das coletividades, procurando estabelecer possibilidades crescentes de saúde coletiva e solidária para problemas que também são coletivos. Nesse sentido, essas ações são

“intervenções sustentadas pela articulação intersetorial e de participação social voltada para a consecução do direito à saúde, operando ações que visem à melhoria das condições de vida” (Pedrosa, 2004, p. 618).

Para que essa autonomia e promoção de saúde aconteçam, precisamos de um ambiente de trabalho integrado e saudável também, ou seja, precisamos cuidar da equipe de saúde, que pode estar adoecida também.

Como fazer isso com as equipes?

Precisamos esclarecer alguns pontos, como o planejamento de serviços, a escala de prioridades, a redução da duplicação dos serviços, a geração de intervenções mais criativas, a redução de intervenções desnecessárias pela falta de diálogo entre os profissionais e a redução da rotatividade dos profissionais (Staudt, 2008).

Você sabe como construir um ambiente de qualidade e integração para a equipe?


Para isso, é fundamental que a comunicação entre os profissionais e entre estes e os pacientes aumente, criando a possibilidade de uma melhor compreensão das demandas. Esse olhar trará a definição de condutas, a discussão de estratégias e o estabelecimento do papel de cada um da equipe. Com isso, a equipe se torna mais integrada, horizontal e amparada na perspectiva biopsicossocial.

O processo de reabilitação é muito importante, pois somente assim podemos garantir um atendimento com dimensões mais claras e funcionais aos pacientes com essa necessidade. Buscar integrar as funcionalidades física, sensorial, intelectual, psicológica e social em interação com o contexto do paciente em reabilitação aumentará a autonomia dele e fornecerá as ferramentas necessárias para sua recuperação.

Como profissional da área da saúde, você deve lembrar sempre que todo paciente tem dimensões físicas, emocionais, sociais e espirituais. Portanto, para se conseguir uma atenção integral em saúde, você deve levar em consideração todos esses aspectos. Além disso, é fundamental se integrar à equipe e trazer sempre clareza na comunicação com colegas, para facilitar trocas e evitar conflitos.


Na situação-problema de hoje, pudemos conhecer Maria, uma mulher de 42 anos que vem passando por dificuldades em seu trabalho e problemas de saúde que vem se apresentando fisicamente.

Ao avaliá-la, o médico decide que é necessário adotar uma abordagem interdisciplinar para entender e tratar as preocupações da paciente. Essa interdisciplinaridade ajudará os profissionais de saúde a trabalharem juntos para abordar todos os aspectos da saúde de Maria: físico, mental e social.

Neste caso, podemos realizar intervenções nas seguintes áreas:

  • Avaliação médica: para investigar suas dores físicas. Exames podem ser solicitados para descartar problemas médicos subjacentes. O médico também pode considerar sintomas de estresse e depressão mediante as queixas físicas que Maria vem apresentando.
  • Aconselhamento psicológico: um psicólogo pode conduzir uma avaliação psicológica para entender melhor o estado emocional de Maria, podendo chegar ao diagnóstico de um possível quadro de estresse e falta de habilidades para lidar com conflitos, que podem estar contribuindo para sua depressão e insônia. Sessões de aconselhamento podem ser agendadas para ajudá-la a desenvolver estratégias de enfrentamento e melhorar seu bem-estar emocional.
  • Intervenção social: um assistente social pode se envolver para explorar as questões no trabalho de Maria. Pode ser realizada uma mediação entre Maria e seus colegas para resolver conflitos. Este profissional também pode oferecer orientações sobre como equilibrar trabalho e vida pessoal e conectar Maria a recursos de apoio.
  • Nutrição: para identificar áreas onde a alimentação pode melhorar sua saúde física e mental. Este profissional pode elaborar um plano de dieta equilibrada que incluía alimentos ricos em nutrientes para aumentar sua energia e melhorar seu estado de ânimo.

Assim, com o acompanhamento da equipe interdisciplinar, Maria pode experimentar melhorias significativas em sua saúde física, mental e qualidade de vida. Caso ela aceite essa ajuda, suas dores físicas tendem a diminuir e, consequentemente, ela comece a dormir melhor. Além disso, a tendência é que passe a se sentir mais confiante no trabalho, melhorando suas habilidades de enfrentamento e aprendendo a gerenciar o estresse de maneira eficaz.

Por fim, este estudo de caso destaca como a interdisciplinaridade e a promoção da saúde podem ser aplicadas na prática para tratar pacientes de maneira holística. Ao unir diversas áreas de conhecimento e profissionais de saúde, é possível abordar as necessidades de Maria de forma abrangente, melhorando sua qualidade de vida e bem-estar. A interdisciplinaridade e a promoção da saúde são fundamentais para fornecer um atendimento de saúde eficaz e integrado.


Abordaremos a psicologia na humanização em assistência à saúde. Discutiremos algo que é tão central como receber alguém em sua casa. Será que você consegue imaginar qual caminho traçaremos? Falaremos das questões de acolhimento em serviços de saúde e como pensamos o acompanhamento dos usuários e seus encaminhamentos. Discutiremos como devemos olhar, cuidar, acompanhar e facilitar o acesso deles à melhor forma possível de acompanhamento dentro de um determinado contexto.

Além disso, entraremos em um tema que é fundamental quando estudamos psicologia e saúde, que é o adoecimento das próprias equipes da saúde. Você já tinha pensado nisso? Em um primeiro momento, parece estranho, não? No entanto, o adoecimento psíquico em equipes de saúde é muito mais comum do que em outras áreas.

Conheceremos, então, o caso de Joana para compreendermos melhor sobre esses conceitos: consideraremos um cenário em um hospital público de grande porte, onde a equipe de saúde lida com uma carga de trabalho intensa e pacientes em situações diversas de saúde. Neste ambiente, a direção do hospital está comprometida em melhorar a humanização do atendimento, bem como em promover o cuidado com a equipe de saúde para garantir que os profissionais possam desempenhar suas funções com empatia e eficácia.

Neste hospital trabalha Joana, enfermeira de longa data que está enfrentando altos níveis de estresse e esgotamento devido à sobrecarga de trabalho e às demandas emocionais da profissão. Ela demonstrou sinais de desgaste, como irritabilidade, fadiga constante e diminuição da empatia em relação aos pacientes. A direção do hospital reconheceu a necessidade de intervir e promover a humanização do atendimento e o cuidado com a equipe.

E aí, como será que deve ser a atuação em relação aos cuidadores? Será que um simples afastamento de suas funções não resolveria? Como podemos ajudar Joana?

Discutiremos tudo isso e pensaremos como seria a aplicação desses conceitos e temas.

Vamos lá!

Definições

Para começar, você sabe do que se trata o termo humanização? Se pensarmos na palavra em si, talvez seja simples, é tornar algo humano. Mas, e aí, você sabe qual a definição de humano? Segundo o dicionário, é um adjetivo, ou seja, uma palavra que dá uma qualidade ou valor a alguma coisa.

Relacionado com o homem, indivíduo dotado de inteligência e linguagem articulada, pertencente à espécie humana; próprio, característico de homem; desenvolvido por homens.

Bondoso; que é piedoso, indulgente, compreensivo: mostrou-se humano. (Humano, 2022a, [s. p.])

O Dicionário de Significados nos traz uma definição que nos ajudará mais a descobrir o que é humanização:

O termo humano utiliza-se também como adjetivo com o significado de bondoso ou generoso, compreensivo ou tolerante. É um termo muito utilizado para caracterizar os profissionais da classe médica e a sua relação com os pacientes. São qualificados como humanos aqueles médicos que tratam os seus pacientes com especial cuidado, que procuram ouvi-los atentamente e orientam o tratamento da forma mais agradável. (Humano, 2022b, [s. p.])

Podemos ampliar esse conceito, que se refere ao médico e a todos os profissionais de saúde. Logo, conseguimos compreender que a humanização está diretamente relacionada à capacidade empática do profissional de saúde.

Mas, aí apareceu um termo novo: empatia. Empatia, para s psicologia, é a área que nos interessa e, segundo o dicionário, é a identificação de um sujeito com o outro; quando um profissional consegue, por meio de suas vivências e sensações, se colocar no lugar da outra pessoa, a fim de entendê-la, e a partir daí poder cuidar melhor da demanda que ela traz (Humano, 2022a).

A aplicação da psicologia na humanização é a utilização da capacidade empática com o paciente, a fim de melhor compreendê-lo e acolhê-lo em suas necessidades.

E o que seria acolhimento? Você sabe dizer?

Mais uma vez, a palavra por si só nos remete ao seu significado. Acolher, no senso comum, é aconchegar, abraçar. Em saúde, é o ato de conseguir cuidar desse paciente em suas necessidades, conseguir ouvir sem julgar e estar, de fato, disponível para este paciente.

É só isso? Não!

Esse momento é o início do cuidado, fundamental para o estabelecimento de um bom vínculo com o paciente. A partir daí conseguimos pensar como podemos acompanhar esses pacientes em suas demandas, qual o tipo de cuidados que ele pode e deve receber e como podemos encaminhá-lo para o melhor segmento.

Agora precisamos entender como uma equipe de saúde consegue ser humanizada, acolher, acompanhar e encaminhar com solidez os pacientes, sem interferências e ruídos de comunicação da própria equipe ou de cada profissional.

É fundamental cuidar das equipes de saúde, para que elas não adoeçam e para que consigam ser mais empáticas e acolhedoras. Mas, como fazer isso? Como cuidar da saúde das equipes de saúde?

Cuidado em saúde, pacientes e equipe

Você pode estar pensando que o que estamos falando é algo raro, novo, porém saiba que existe um Programa Nacional de Humanização da Atenção Hospitalar (PNHAH). O PNHAH teve início em 2000, com o objetivo de criar políticas de humanização para melhorar a qualidade da atenção ao usuário e à equipe de saúde (Benevides; Passos, 2005).

Em 2003, foi consolidada a Política Nacional de Humanização (PNH) e a Política de Humanização da Assistência à Saúde (PHAS), com o objetivo de humanizar o atendimento em saúde e melhorar as condições para as equipes de saúde (Angnes; Belline, 2006).

Lembrando aqui que humanizar é compreender cada pessoa em sua subjetividade e, dessa forma, propiciar meios para que se torne viável o exercício da sua autonomia. Os princípios fundamentais estabelecidos na PNH são (Brasil, 2010):

  • Transversalidade: precisa estar presente em todas as políticas e programas do Sistema Único de Saúde (SUS).
  • Indissociabilidade entre atenção e gestão: não se separa, não se faz diferença entre os pacientes e a equipe que pensa nos cuidados desses pacientes.
  • Protagonismo, corresponsabilidade e autonomia dos sujeitos e dos coletivos.

Depois de discutir humanização e acolhimento, precisamos pensar no acompanhamento e no encaminhamento do paciente. O acompanhamento tem a ver com o que o paciente precisa, em sua totalidade, respeitando a subjetividade. A questão do encaminhamento é tão importante que o Ministério da Saúde criou um protocolo específico, já que esse processo é essencial para garantir que o paciente não abandone o acompanhamento, eventuais tratamentos e suas sequências. Caso você vá trabalhar na Atenção Primária à Saúde, esse processo é fundamental, pois ela é a porta de chegada e entrada dos pacientes em todo o sistema de saúde.

Temos, então, dois pontos fundamentais: o primeiro é estabelecer os limites entre a Atenção Primária à Saúde e os outros níveis de assistência, indicar quais são as indicações para completar o acompanhamento (autonomia) e apontar o serviço especializado. O segundo é padronizar o processo de encaminhamento de pacientes, aumentando a eficiência dos atendimentos (Brasil, 2015).

Voltando às equipes de saúde, como fazer para cuidar delas, a fim de que consigam cuidar de quem precisa? Você tem alguma ideia?

Os profissionais de saúde acabam entrando em contato rotineiro com dor, sofrimento, adoecimento e morte. Trabalhar na área de saúde, como cuidador, apresenta de imediato a seguinte constatação: o sofrimento, a dor e a morte estão presentes no seu cotidiano. Não apenas dos usuários, mas também dos familiares e, eventualmente, dos próprios profissionais que estão prestando os cuidados (Kovács, 1992).

O sofrimento, as dificuldades de comunicação e as expectativas e frustrações não explicitadas podem favorecer o desgaste da relação não apenas entre os dos profissionais, mas também seu relacionamento com os usuários do sistema. E como lidar com isso da melhor forma? A proposta de humanização não passa apenas pelo contato com os pacientes, precisamos de equipes mais humanizadas e saudáveis.

Como cuidar de quem cuida para cuidar melhor de quem precisa?



Precisamos agir ativamente para criar um sistema de saúde mais humanizado e empático. Não adianta apenas aceitar as limitações e seguir trabalhando, e sim objetivar mudanças e ações para melhorar o funcionamento em todos os sentidos.

O acompanhamento e o encaminhamento do paciente dependem da humanização e da autonomia dada ao usuário. Ele precisa compreender para que servem os encaminhamentos e onde encontrar os serviços necessários para dar continuidade ao seu acompanhamento. Para isso, a comunicação deve ser clara, o que implica profissionais que estejam bem e que possam acolher as demandas e eventuais dúvidas adequadamente.

As equipes de saúde podem adoecer com maior frequência por conta das jornadas exaustivas, da sobrecarga do sistema e das demandas emocionais que o próprio trabalho gera. Não à toa o serviço de saúde tem um item a mais na folha de pagamento, a insalubridade. Recebe-se um dinheiro extra para compensar as diversas sobrecargas e os riscos que o trabalho pode gerar.

O importante é você saber como cuidar de si frente a um trabalho com uma rotina difícil. Se entendemos que precisamos estar bem emocionalmente para trabalhar com outras pessoas, e que esse "estar bem" é fundamental para executar nosso trabalho, compreenderemos que cuidar de nós mesmos faz parte do nosso serviço.

Mas, como podemos nos cuidar? O profissional de saúde adoece?

O ideal é que agora, durante seu processo de formação, você possa pensar sobre o clima emocional no qual estamos e estaremos inseridos, discutindo, inclusive, sentimentos, angústias e ansiedades com colegas, professores e tutores. O cuidado com o cuidador é central em toda sua jornada. Terapia, suporte, supervisão e grupos de discussão com colegas são formas de você olhar melhor para como você se sente e como pode obter ajuda quando sentir que é necessário.

Pensando no processo de empatia, a partir do momento em que nós nos cuidamos, podemos por meio das nossas vivências nos colocar no lugar do paciente e, com isso, compreender melhor o sofrimento deles e acolher melhor suas dores. Devemos entender que somos humanos e que, enquanto profissionais de saúde, temos dores e sofrimentos. Essa compreensão pode favorecer nossa própria percepção da condição humana e ajudar nossa empatia e a solidariedade (Carvalho, 2004).

Óbvio que não precisamos nos expor, contando os detalhes de nosso sofrimento para os pacientes, mas é importante ter um lugar onde possamos entrar em contato com essas dores e conseguir dar um novo significado para elas e, assim, conseguir olhar o outro como parecido e ao mesmo tempo diferente de nós.

Em uma equipe multiprofissional (que é essencial na área da saúde), temos que considerar alguns pontos:

  • A divisão social e técnica justa dos trabalhos.
  • A valorização de cada uma das áreas.
  • A autonomia de todos os profissionais, sempre de forma horizontalizada.
  • A divisão das responsabilidades pelas ações clínicas e de saúde coletiva.
  • Os projetos dos profissionais da equipe.
  • A boa comunicação entre equipe e com os usuários dos serviços.

Se esses fatores são levados em consideração, o risco de adoecimento pode ser reduzido.

Podemos falar também das relações de poder entre os diversos profissionais inseridos na produção de cuidados em saúde e do clima na equipe. É fácil pensar, para quem trabalha em equipe, que algumas pessoas podem prejudicar a dinâmica e o funcionamento do grupo. “É culpa de fulano ou ciclano! É só tirar ele dali que está tudo resolvido!”, não é mesmo?

Todavia, essa tende a ser uma estratégia simplista e que não funciona no longo prazo. O adoecimento acontece dentro da equipe e devemos cuidar das relações. Ao tirarmos alguém da equipe que entendemos como "culpado" e não cuidarmos do todo, apenas abriremos espaço para que a situação se repita. São as relações e interações que geram desconforto e são elas que devem ser trabalhadas. E esse é um dos motivos do porquê devemos falar sobre essas questões e ouvir também.

Cuidar de quem cuida é fundamental para manter uma equipe saudável. Sempre onde há diálogo, onde escutamos e somos escutados em nossas falas e sentimentos, temos a possibilidade de transformar o ambiente e a equipe e nos transformarmos com ele. Isso é essencial para as equipes, para os pacientes e para o sistema como um todo.


Hoje, acompanhamos o caso de Joana, uma enfermeira de longa data de um hospital de grande porte que vem passando por situações de desgaste emocional e estresse. Como podemos auxiliá-la?

Primeiramente, é necessário que a direção do hospital pense em uma avaliação da real situação de Joana. Para tanto, pode-se iniciar com uma conversa com os colegas de trabalho dela, supervisores e com a própria enfermeira, permitindo compreender as causas de seu estresse e esgotamento e identificar áreas específicas que requeiram atenção.

Além disso, pode ser necessário a designação de um psicólogo fornecer apoio psicológico a Joana, realizando sessões de terapia para ajudá-la a lidar com o estresse, desenvolver estratégias de enfrentamento saudáveis e reconstruir sua empatia em relação aos pacientes.

Por fim, a direção do hospital pode reavaliar a carga de trabalho da equipe de enfermagem e redistribuir algumas tarefas para garantir um equilíbrio mais justo, permitindo que os enfermeiros tenham mais tempo para interações de qualidade com os pacientes.

Este estudo de caso destaca a importância de cuidar da equipe de saúde e promover a humanização do atendimento em ambientes de saúde. Ao reconhecer os desafios emocionais enfrentados pelos profissionais e intervir precocemente, é possível melhorar o bem-estar da equipe e, ao mesmo tempo, garantir um atendimento mais empático e eficaz aos pacientes. Essas ações são fundamentais para manter a saúde e a qualidade dos cuidados prestados, contribuindo para um sistema de saúde mais humanizado e eficiente.


Referências

ANGNES, D. I.; BELLINE, M. I. B. Política de Humanização da Assistência à Saúde/RS: Trajetória e Consolidação. Boletim de Saúde, v. 20, n. 2, p. 11-20, jul.-dez. 2006. Disponível em: http://bvsms.saude.gov.br/bvs/periodicos/boletim_saude_v20n2.pdf. Acesso em: 4 nov. 2023.

BENEVIDES, R.; PASSOS, E. Humanização na Saúde: um novo modismo. Interface - Comunicação, Saúde, Educação, v. 9, p. 389-406, mar.-ago. 2005. Disponível em:  https://doi.org/10.1590/S1414-32832005000200014. Acesso em: 4 nov. 2023.

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BRASIL. HumanizaSUS: Política Nacional de Humanização. Brasília: Ministério da Saúde, 2013. Disponível em: https://bvsms.saude.gov.br/bvs/publicacoes/politica_nacional_humanizacao_pnh_folheto.pdf. Acesso em: 4 nov. 2023.

BRASIL. Endocrinologia e nefrologia. Brasília: Ministério da Saúde, 2015. Disponível em: https://www.ufrgs.br/telessauders/regulasus/. Acesso em: 4 nov. 2023.

CARVALHO, V. A. Cuidando do cuidador profissional. In: PESSINI, L.; BERTANCHINI, L. (Orgs.). Humanização e cuidados paliativos. São Paulo: Loyola, 2004. p. 305-319.

HUMANO. Dicio, 2022a. Disponível em: https://www.dicio.com.br/humano/. Acesso em: 4 nov. 2023.

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KOVÁCS, M. J. Morte e desenvolvimento humano. São Paulo: Casa do Psicólogo, 1992.

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